Para comemorar o Dia do Professor em grande estilo, a turma do 4º semestre de Jornalismo do Centro Universitário Toledo produziu alguns perfis dos nossos educadores. Os textos integram uma atividade avaliativa da disciplina de Técnicas de Redação II, ministrada pela professora Ayne Salviano.
O trabalho foi dividido em duas etapas:
Primeiro, um texto descritivo (apenas com as informações que tínhamos - físicas e psicológicas). Depois, a entrega do perfil (acrescentando informações coletadas em uma entrevista - alguns aspectos profissionais e pessoais).
Na oportunidade, eu e meus amigos Diuân Feltrin e Juliana Martins produzimos o perfil da nossa professora e coordenadora Karenine Miracelly. Uma pessoa que admiramos muito pela sua simplicidade, profissionalismo e, depois de algumas revelações pessoais, passamos a admirar também a sua história de vida.
Cada grupo escolheu um professor para homenagear. Os textos foram publicados no site oficial do Unitoledo no dia 15 de outubro.
Conheça Karenine Miracelly Rocha da Cunha:
Peculiaridades de uma vencedora
Por Angélica Neri, Diuân Feltrin e Juliana Martins
Traços de seriedade misturados com sorriso de menina. Olhar doce, no entanto, com doses de sarcasmo. Olhos azuis como o céu na primavera. Exemplo de mulher moderna e independente, que com seu esforço e dedicação serve de parâmetro para jovens que buscam o sucesso profissional.
Seu nome foi inspirado em uma personagem do livro Anna Karênina, personagem homônimo de Leon Tolstói. Sua mãe, Maria Rocha da Cunha, não leu a obra, porém o título a atraiu devido à semelhança com o nome de sua primogênita: Karine. “Todo nordestino que se preze tem nome complicado. Comigo não seria diferente. Como diz o Severino, de João Cabral de Melo Neto, Karenine é meu nome de pia; mas ao contrário dele, não somos muitas Karenines”, comenta.
Nascida em Natal, Rio Grande do Norte, no dia 2 de abril de 1980, Karenine Miracelly Rocha da Cunha considera-se uma mulher de sorte, já que teve dois pais: um biológico e outro de criação. Muito ligada à família, Karenine acredita que a união familiar é fundamental, caso contrário, torna-se apenas um “amontoado de pessoas com afinidades biológicas”.
A jovem é do tipo de pessoa que consegue enxergar a felicidade nos pequenos gestos: as conversas com a irmã e seus conselhos, o pão feito pela mãe, as pamonhas que apenas seu pai, Francisco Manuel da Cunha, sabe fazer. Enfim, coisas que para muitos podem parecer banais, são essenciais para Karenine.
Por ironia do destino, os estudos entraram por acaso na vida da jovem. Nas campanhas eleitorais de 1985, Dona Maria teimou em ensinar a filha mais nova a ler e escrever. O material usado: panfletos de campanhas políticas. O que começou como uma “brincadeirinha” transformou-se na maior paixão de Karenine: a leitura, que mais tarde acarretaria na escolha de sua profissão.
Os anos de estudo, sempre em escolas públicas, caracterizaram-se por extremo empenho. “Sempre estudei em escola pública, inclusive a faculdade. E isso me incentivou a estudar mesmo, porque eu sabia que se quisesse aprender, teria que fazer a minha parte”, revela a jornalista.
O curso de jornalismo na Unesp de Bauru obrigou a jovem a se separar do aconchego familiar. A adaptação foi rápida, e as dificuldades para manter-se sozinha foram compensadas por bolsas de monitoria e iniciação científica, conquistadas com muita dedicação. “Foi por conta dessas bolsas que eu me dediquei muito à pesquisa durante a faculdade e fiz estágio na rádio Unesp. Anos depois, isso seria essencial para eu ingressar no mestrado.”
Concluída em 2001, a faculdade de Jornalismo foi mais uma vitória da menina de Natal. Com parte do sonho realizado, a próxima etapa seria conseguir um trabalho na área. Isso foi muito fácil para nossa vencedora. Em dezembro do mesmo ano, Karenine foi aprovada em um teste da Folha da Região de Araçatuba, onde atuou como repórter por cinco anos e dois meses. Durante este período, surgia em nossa homenageada uma nova paixão: a área acadêmica.
Em agosto de 2005, Karenine começou a lecionar no Centro Universitário Toledo. Professora criteriosa e jornalista que se destaca por sua inteligência e cultura, possui peculiaridades ao transmitir sua sabedoria. Conhece as particularidades de cada aluno e está sempre disposta a ajudar. Ela também sabe, de uma maneira sensata, os momentos ideais para tecer críticas e elogios, o que é facilmente identificado em seus famosos “recadinhos” nos finais das provas.
Karenine acredita que ensinar é uma boa forma de aprender. “Dizemos que professor é aquele que, no meio do caminho, não só ensina, mas aprende. Não estamos repetindo um bordão sem fundamento. Ensinar é, antes de tudo, estudar e pesquisar. E é isso que gosto de fazer”, enfatiza.
Karenine Miracelly Rocha da Cunha é o tipo de mulher que não descuida da aparência. Com cabelos castanho-claros, um pouco abaixo dos ombros, sobrancelhas finas, pele branca como a neve, magra, não muito alta e lábios carnudos de coloração avermelhada, é dona de um sorriso contagiante capaz de colorir um ambiente sombrio. Procura sempre se vestir de forma adequada à situação, o que demonstra sua compostura de mulher fina.
A voz suave, e ao mesmo tempo decidida, contradiz a fragilidade de sua aparente juventude com a autoridade de uma mestra. Normalmente brincalhona, às vezes surpreende a todos com uma pitada de mal-humor. Extremamente espartana, indisciplina é capaz de tirá-la do sério.
O reconhecimento que é dedicado a ela provém de sua vasta bagagem cultural, comprovada em suas envolventes explicações. Seu ar intelectual é realçado nas vezes que usa óculos.
Professora de Teoria do Jornalismo para os acadêmicos do 4° semestre e também Edição Jornalística para os alunos do último semestre, Karê, como é carinhosamente conhecida pelos mais íntimos, conquistou, no início de 2008, o cargo de coordenadora do curso de Jornalismo do Unitoledo, além de ter sido aprovada no concurso de professores da Fatec - Araçatuba. A receita de sucesso recomendada pela professora a seus alunos é, obviamente, a leitura de jornais, livros e revistas.
Os planos de Karenine não param por aí. Agora, ela pretende ingressar no doutorado que, segundo ela, será mais uma etapa de muito estudo, dedicação e pesquisa.
Quanto às frustrações, Karê reconhece que isso faz parte da vida de qualquer pessoa, e encara de maneira convincente. “Como todo mundo, choro em um primeiro momento. Mas depois, tem que comer um chocolate ou uma batatinha frita e sair para caminhar ou correr e pensar em como vencer a frustração e ser melhor que ela. Trata-se de uma atitude eat and run ou Forrest Gump.”
Karenine é a prova de que esforço, dedicação e competência levam ao sucesso. Uma grande colecionadora de conquistas. “Tudo que fiz até hoje foi acumular conquistas que, na verdade, são coletivas, visto que constituem sonhos particulares e de minha família. Meus pais não tiveram oportunidade de estudar e depositaram em mim e em minha irmã seus sonhos. Conseguimos realizar tudo juntos”, relata emocionada.
Ela é um exemplo de jornalista que se enquadra na famosa frase de Cláudio Abramo: “O jornalismo é, antes de tudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter.”
(*) Aproveitando a oportunidade, quero parabenizar a todos os meus professores. Ayne Salviano, Venezuela (que esteve com a gente até o início deste semestre), Jefferson (ainda não o conheço, mas irá dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo Venê a partir da próxima semana), Paulo Nápoli, Melissa Moura, Ângela Liberatti, Ágatha Urzedo, Pedro Filardi e todos que passaram pela minha vida, obrigada por tudo!
Um forte abraço...
E que Deus abençoe vocês!
Angélica Neri
4 comentários:
Muito bom Angélica!
Também postei essa homenagem lá no meu blog.
Abraços!!
Li o texto no site do Unitoledo e no blog de jornalismo. Eu já era um grande admirador da professora Karenine, agora sou muito mais... Parabéns pelo texto Angelica, Juliana e Diuan.
Nossa airosa mestra é mesmo uma pessoa maravilhosa!
O texto ficou ótimo, caracteriza muiiiiiiiiito bem a nossa professora! A Karê é d+, um grande exemplo de professora e amiga para todos! Parabéns!
Oi Angélica!
Eu acho que ainda não havia lido este post! E como disse o Anderson logo acima: Eu já uma grande admiradora da Karê, agora sou muito mais... Parabéns pelo texto!
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